quarta-feira, 13 de julho de 2011

Crônicas de Dona Regina

depois de duas semanas sem crôniquinhas, hoje é dia das palavras de dona Regina (que anda um pouquinho rebelde em função do "dona", será que devo mudar para "tia" ou simplesmente Regina?!)...
e hoje a crônica está muuito especial! aproveitem a leitura!

Muito Bom! Parabéns! Que Bacana!
por Regina Padilha

Outro dia, agorinha mesmo, em uma reunião, reencontreei e encontrei pela vez primeira, algumas pessoas, das quais ouví - adoro suas crônicas -; - você é Dona Regina, das crônicas tão gostosas de ler? - e mais outras palavras generosas e simpáticas, que em plena luz do dia, mesmo me fazendo corar, admito, fizeram com que me sentisse uma pop star.          

Mas o que vem ao caso, agora, é que este fato levou-me a refletir o quanto é importante uma palavra de aprovação,  de entusiasmo, de reconhecimento. Quantas pessoas produziriam mais, seriam mais felizes e assim, de certo, fariam outras pessoas mais felizes também, se nas suas áreas de atuação, se sentissem confortáveis, seguras, respeitadas e reconhecidas, o que refletiria em qualidade no trabalho.        

Repenso a minha própria atividade profissional e reconheço que meus piores momentos, foram aqueles em que não estava à vontade para trabalhar, porque em permanente estado de alerta, sabedora de que alguém queria ver minha cabeça rolar e meus mais produtivos períodos, foram os que reconhecida e daí encorajada, ousei mais e obtive os melhores resultados. 

Hoje vejo, que muitas pessoas, é bem verdade que não todas, mas muitas, e exatamente aquelas que carregam na bagagem, algum tipo de "sequela"ou "ranço" social, moral, intelectual ou até psicológico, ao ocuparem um cargo de chefia, ao sentirem-se de posse de algum tipo de poder, instalam no seu entorno, um clima de conspiração em que  ninguém confia em ninguém e "ele"( pode ser ela), confundem orientação, coordenação, com cobrança, incapazes  de corrigir rota  de forma profissional.

São aqueles que, como dito pelo povo,"subiram num tijolo e vislumbraram um palanque". 
Tem muita gente que acredita e apregoa que as pessoas precisam aprender sozinhas, em cima de seus erros, mas será mesmo assim?

Se o valor de um diamante que  opaco e bruto sai da terra e o esplendor dele depende inteiramente do sopro do lapidador, que reconhece o potencial da pedra, investe nela e consegue, depois da lapidação, faze-la reluzir esplendorosa? Se é o maestro que em sintonia fina com seus músicos, consegue tirar de cada um a sua melhor melodia?

 E ainda, ocorre-me a figura da professora amorosa e competente, que colocou entre as suas, as pequenas mãos do aprendiz e juntos  desenharam a  letra "a'', para depois o menino  repetir o exercício sozinho  e triunfante e ainda o vovô, que ensinou  a cada um de deus netos a andar de bicicleta, segurando o selim, até que a criança confiante dessa proteção  foi  em  frente e quando notou , estava bicicletando independente.

Em todos os casos, deu-se a mágica, possível, porque alguém encorajou e o outro sentiu-se confiante. 

Mas, como é importante pensarmos antes de falar, como é sério dirigir-se à alguém, coisa que fazemos na maior parte das vezes, impensadamente e no entanto, a palavra é a mesma, ou aquela que promove, faz maravilhas ou soterra, esmaga, feito avalanche devastadora. 
Eu mesma, depois de décadas escrevendo no "cadernão das minhas memórias", só estou aqui tendo a ousadia de bater este papo com vocês, graças à Ju, que além de generosamente ceder-me o espaço, fez-me crer que meus escritos podiam ser compartilhados, o que foi um baita de um estímulo!  

Assim, se está faltando, na sua vida, reconhecimento, confiança, fica tristinho não meu bem, seja paciente, trabalhe, busque em você , a força que  tem , embora saibamos que há momentos em que elas parecem ter acabado, observa a natureza e aprende com ela. Já reparou quantas vezes uma onda que parecia forte, recua, retrocede, ganha volume, impulso e daí sim, fortalecida, vem derramar-se todinha na areia?

A vida é assim mesmo, como dizia meu querido Riobaldo em "Grandes Sertões, Veredas",  pela pena de Guimarâes Rosa -"o que a vida quer da gente, é coragem..."
Mas que um muito bom, parabéns, que bacana, são delícia, não há como negar, eu que o diga. 

5 comentários:

Ju Padilha disse...

Mã,
adorei esta! nem preciso dizer o quanto vcs dois me incentivam!
fiquei com saudade do vó, tenho nítida a lembrança dele me ensinando a andar na bicicletinha azul na rua de baixo da Sibipirunas! quando olhei, ele estava lá lonnnge!
que delícia!
beijo

Anônimo disse...

Então, aqui estou eu estreando a já famosa e seguida(agora por mim também) Dona Regina.
Aplausos!!!!!!
Sempre que nos encontramos em uma leitura, alguma frase ou,parágrafo nos chama mais atenção que outro, não é?
Ontem tive o prazer de assistir um filme do qual me lembrei instantaneamente quando do exemplo da professora. Filme sereno, mensagem linda. Assim como o que levo da crônica.


A sensação de sentir a bicicleta andar "sozinha"... já não mais com alguém conduzindo que não nós próprios, me voltou viva viva. E viva! E obrigada Dona Regina e Ju. beijinhos.

Marta Jacintho

Anônimo disse...

Obrigada meninas.Agora Ju, não dá mais para mudar, Dona Regina está simpático, já me parace uma querida conhecida.
Beijo.Regina.

Regina Otake M. disse...

Palavras que quando encontram um coração sedento por conforto, aquecem, encantam e fazem até chorar...Parabéns! E continue a publicar suas crônicas.
Sua chará

Anônimo disse...

Oi Regina Otake, muito obrigada pela delicadeza de suas palavras.
Beijo grande. Regina.

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