quando um neto inspira uma avó...
O sentido da vida
"Um menino nasceu - o mundo tornou a começar!..."
por Regina Padilha
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pode sonhar pequeno... pode sonhar muito! |
E foi assim mesmo que sentí quando Francisco meu neto( que orgulho ) nasceu.
Foi um turbilhão de sentimentos que invadiu-me o peito e fêz-me forte, porque este menino renovou as minhas esperanças na vida e é como se com ele, minha vida recomeçasse e eu desse uma nova chance para mim mesma.
Quando testemunhei, na maternidade, o encontro entre Ju, Pedro e Francisco, percebi com nitidez absoluta, o sentido da vida, a continuidade da família, o curso natural idealizado por Deus.
Enquanto Francisco era aguardado, rezei muito, confesso, pedí a Deus para que ele fosse perfeito física e mentalmente e que fosse manso, tranquilo, mas Deus não só ouvi-me, como ainda acrescentou à sua generosidade, a beleza a este menino, que é de verdade, uma linda criança.
Foi tê-lo nos braços e nossos olhos se encontrarem, e fiquei perdida de amor e a canção há tanto tempo guardadinha no meu coração, apresentou-se e quase num sussurro eu o embalei -"Boi, boi, boi, boi da cara preta..."- e naquele momento, eu era outra vez, a jovem mãe, com a mãe dele no colo e eu soube, neste mesmo instante, que ele era meu neto, mas que o meu amor por ele, era acrescentado pelo meu amor à sua mãe e pois então, amor dobrado!
E do dia 14 de setembro, dia deste nascimento para cá, estou levitando, suspensa em emoção enorme, que aconchega meu coração e dá-me vontade de abraçar e celebrar com todas as pessoas que cruzam meu caminho.
E a imaginação segue delirante, o que será, que será que Francisco vai ser? Do que, de quem vai gostar?
E só sei que a mim basta que ele seja uma pessoa do bem e de bem com a vida!
Sei que quero que ele sonhe muito diante de uma caixa de brinquedos e que transforme o cavalinho de madeira, em corcel veloz cruzando o mundo e que seus soldadinhos, possam ser seus heróis, vencedores de todas as batalhas.
Sei que quero ver com ele, lindos livros de gravuras coloridas, quero ensinar canções e poesia, quero brincar de teatrinho de fantoche, quero contar histórias, quero enrolar brigadeiros para as suas festinhas e tudo o mais que puder, para alimentar sua capacidade de sonhar, porque sonhadores têm o que buscar e vão mais longe.
Mas sei também que quero ter para ele, as minhas mãos sempre estendidas, ao alcance das suas, para ele acreditar e confiar nas palavras que já sussurro aos seus ouvidos:
"Vem Francisco, vem viver a vida, conhecer o mundo, sentir o ar na terra fresca, conhecer o pôr do sol dourando a areia, vem construir amizades verdadeiras, vem sem medo que a vovó está aqui, para apoiá-lo desde seus primeiros hesitantes passinhos, até onde me for possível acompanhar os seus sólidos passos, pelos caminhos que você escolher percorrer!"